quinta-feira, 2 de maio de 2013

Dose diária de drama

O que me dá raiva são as flores e os dias de Sol. São os palhaços. Os filmes. As séries. As comidas. Os livros. As fotos pela casa, pelo telefone, pela internet. A rua. Os ônibus. O colchão de ar. O perfume que sinto em alguém que passa. Os gostos, vontades e manias que lembro sem querer lembrar.

A briga que nem foi minha.
As palavras que me afogaram na onda secundária da explosão. Minha falta de ar. Minha falta de reação. Minha incapacidade de desfazer os caminhos doloridos, abertos sem querer em alguma parte que até então vivia segura. Meu medo de não saber mais o que é verdade.

Tenho raiva por amar.
Por não esquecer.
Por sentir o vazio crescendo.
Por querer ele aqui.
Por achar que isso nunca aconteceria.
Por ser patética, boba, infantil, ingênua, dependente.

Por querer abraçar meu amigo outra vez... Fechar os olhos... E ouvir o compasso ritmado no seu peito, enquanto ele cantarola aquela banda do sotaque engraçado.

Tenho raiva por passar por isso outra vez. Tenho raiva daquela cidade. Primeiro ela, agora ele.

A ilha acaba ao redor dos meus pés. Outra vez... Fechando as fronteiras.

Esperando que em alguma hora... Encontremos o caminho de volta.

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